Expresso
O que faz do cheerleading um esporte quase olímpico
Matheus Moreira
17 Jan 2017 (atualizado 17/Jan 18h50)
Animadoras de torcida agora são reconhecidas pelo Comitê Olímpico
Internacional. E podem, no futuro, até entrar para os Jogos
Foto: Nottingham Trent University /Flickr/Creative Commons
Cinco cheerleaders são levantadas por outras e fazem pose durante
apresentação.
O esporte reúne ginástica, dança e acrobacias em uma composição
coreográfica de duração média de três minutos
O cheerleading — nome em inglês para a prática de animar torcida — deu
um passo na direção de se tornar um esporte olímpico. O conselho
executivo do COI (Comitê Olímpico Internacional) reconheceu em dezembro
de 2016 a Federação Internacional de Cheerleading.
Desta forma, a prática passará a ser incentivada pela Associação de
Federações Internacionais — e, na prática, será promovida
internacionalmente. O reconhecimento pelo comitê é também um passo
necessário para a oficialização da categoria como esporte olímpico.
As primeiras menções a torcidas “cheer” surgiu no Reino Unido, no século
19. Entretanto, a primeira referência da prática do esporte aponta que
foi em 1822 que estudantes — homens — da Universidade de Princeton, em
Nova Jersey, torceram pela primeira vez neste formato.
O cheerleading vai além dos gritos de guerra e pompons. Ele requer um
intenso preparo físico e muito treinamento, é o que explica Ana Paula
Pereira de Amorin, de Belo Horizonte, que integra a União Brasileira de
Cheerleaders, em entrevista para o Nexo.
Os elementos do cheerleading
Ginástica
Segundo Ana Paula Pereira de Amorin, o cheerleading é 50% rotina
coreográfica, ou seja, metade do esforço é destinado à ginástica
rítmica. Os atletas (cheerleaders) fazem um grande esforço físico a cada
coreografia e apresentação. Para a “Vice Sports”, a jornalista Charlie
Brinkhurst-Cuff, que foi cheerleader, explicou que o esporte é muito
mais difícil do que aparenta e que são necessárias “horas intensas de
prática para uma composição de três minutos”.
Acrobacias
O esporte tem manobras com um alto grau de dificuldade, que requerem
treino e preparo físico. Brinkhurst-Cuff aponta que, devido às
acrobacias e à ginástica, muitas cheerleaders sofrem com fraturas e
algumas chegam a perder movimentos. Ela cita um estudo, publicado em
2013, que coloca o cheerleading no primeiro lugar como esporte mais
perigoso para mulheres nos Estados Unidos. Segundo o estudo, 66% dos
casos de ferimentos graves (que causam danos permanentes, como a
paralisia, ou levam a tratamentos prolongados) durante a prática de
qualquer esporte por mulheres nos EUA acontecem no cheerleading. Uma das
razões para isso é que o esporte utiliza técnicas próprias na formação
de “pirâmides”, segundo Amorin.
Dança
Além da ginástica e das acrobacias, cheerleading envolve dança. Em três
minutos de apresentação, em média, o esporte incorpora elementos
rítmicos entre as acrobacias. A dança é um facilitador para a atuação
das atletas, auxiliando na flexibilidade e controle corporal. Amorin
ressalta que, muitas vezes, o esporte é confundido com uma modalidade de
dança — quando, na verdade, a dança aparece em cerca de “20% da
coreografia, normalmente no final, em rotina competitiva”.
Novos esportes olímpicos
Com a decisão do COI, o cheerleading e o muay thai — cuja organização
também foi validada — se tornam as 37ª e 38ª modalidades reconhecidas
internacionalmente. Isso não significa que elas serão disputadas nos
Jogos Olímpicos, mas que estão mais próximas disso, já que esse
reconhecimento é necessário para as Olimpíadas.
Hoje há 33 modalidades nas Olimpíadas. Para que um esporte seja incluído
nos Jogos, ele deve ser praticado por homens em pelo menos 75 países,
em quatro continentes, e por mulheres em 40 países, em três continentes.
O cheerleading já atende a algums dos critérios necessários, mas ainda
precisa passar por outras etapas antes de virar um esporte olímpico.
Um dos caminhos é o país-sede dos Jogos pedir a inclusão de novas
modalidades. Em agosto de 2016, o COI analisou o pedido do Comitê
Organizador da Olimpíada de Tóquio e definiu que, em 2020, skate, surfe,
escalada, beisebol e caratê serão disputados nos Jogos. O tamanho da
audiência e a popularidade entre os jovens são outros fatores para se
tornar um esporte olímpico. O cheerleading ainda não chegou lá.
Link para matéria: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/01/17/O-que-faz-do-cheerleading-um-esporte-quase-ol%C3%ADmpico
© 2018 | Todos os direitos deste material são reservados ao NEXO JORNAL LTDA., conforme a Lei nº 9.610/98. A sua publicação, redistribuição, transmissão e reescrita sem autorização prévia é proibida.
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Expresso
O que faz do cheerleading um esporte quase olímpico
Matheus Moreira
17 Jan 2017 (atualizado 17/Jan 18h50)
Animadoras de torcida agora são reconhecidas pelo Comitê Olímpico
Internacional. E podem, no futuro, até entrar para os Jogos
Foto: Nottingham Trent University /Flickr/Creative Commons
Cinco cheerleaders são levantadas por outras e fazem pose durante
apresentação.
O esporte reúne ginástica, dança e acrobacias em uma composição
coreográfica de duração média de três minutos
O cheerleading — nome em inglês para a prática de animar torcida — deu
um passo na direção de se tornar um esporte olímpico. O conselho
executivo do COI (Comitê Olímpico Internacional) reconheceu em dezembro
de 2016 a Federação Internacional de Cheerleading.
Desta forma, a prática passará a ser incentivada pela Associação de
Federações Internacionais — e, na prática, será promovida
internacionalmente. O reconhecimento pelo comitê é também um passo
necessário para a oficialização da categoria como esporte olímpico.
As primeiras menções a torcidas “cheer” surgiu no Reino Unido, no século
19. Entretanto, a primeira referência da prática do esporte aponta que
foi em 1822 que estudantes — homens — da Universidade de Princeton, em
Nova Jersey, torceram pela primeira vez neste formato.
O cheerleading vai além dos gritos de guerra e pompons. Ele requer um
intenso preparo físico e muito treinamento, é o que explica Ana Paula
Pereira de Amorin, de Belo Horizonte, que integra a União Brasileira de
Cheerleaders, em entrevista para o Nexo.
Os elementos do cheerleading
Ginástica
Segundo Ana Paula Pereira de Amorin, o cheerleading é 50% rotina
coreográfica, ou seja, metade do esforço é destinado à ginástica
rítmica. Os atletas (cheerleaders) fazem um grande esforço físico a cada
coreografia e apresentação. Para a “Vice Sports”, a jornalista Charlie
Brinkhurst-Cuff, que foi cheerleader, explicou que o esporte é muito
mais difícil do que aparenta e que são necessárias “horas intensas de
prática para uma composição de três minutos”.
Acrobacias
O esporte tem manobras com um alto grau de dificuldade, que requerem
treino e preparo físico. Brinkhurst-Cuff aponta que, devido às
acrobacias e à ginástica, muitas cheerleaders sofrem com fraturas e
algumas chegam a perder movimentos. Ela cita um estudo, publicado em
2013, que coloca o cheerleading no primeiro lugar como esporte mais
perigoso para mulheres nos Estados Unidos. Segundo o estudo, 66% dos
casos de ferimentos graves (que causam danos permanentes, como a
paralisia, ou levam a tratamentos prolongados) durante a prática de
qualquer esporte por mulheres nos EUA acontecem no cheerleading. Uma das
razões para isso é que o esporte utiliza técnicas próprias na formação
de “pirâmides”, segundo Amorin.
Dança
Além da ginástica e das acrobacias, cheerleading envolve dança. Em três
minutos de apresentação, em média, o esporte incorpora elementos
rítmicos entre as acrobacias. A dança é um facilitador para a atuação
das atletas, auxiliando na flexibilidade e controle corporal. Amorin
ressalta que, muitas vezes, o esporte é confundido com uma modalidade de
dança — quando, na verdade, a dança aparece em cerca de “20% da
coreografia, normalmente no final, em rotina competitiva”.
Novos esportes olímpicos
Com a decisão do COI, o cheerleading e o muay thai — cuja organização
também foi validada — se tornam as 37ª e 38ª modalidades reconhecidas
internacionalmente. Isso não significa que elas serão disputadas nos
Jogos Olímpicos, mas que estão mais próximas disso, já que esse
reconhecimento é necessário para as Olimpíadas.
Hoje há 33 modalidades nas Olimpíadas. Para que um esporte seja incluído
nos Jogos, ele deve ser praticado por homens em pelo menos 75 países,
em quatro continentes, e por mulheres em 40 países, em três continentes.
O cheerleading já atende a algums dos critérios necessários, mas ainda
precisa passar por outras etapas antes de virar um esporte olímpico.
Um dos caminhos é o país-sede dos Jogos pedir a inclusão de novas
modalidades. Em agosto de 2016, o COI analisou o pedido do Comitê
Organizador da Olimpíada de Tóquio e definiu que, em 2020, skate, surfe,
escalada, beisebol e caratê serão disputados nos Jogos. O tamanho da
audiência e a popularidade entre os jovens são outros fatores para se
tornar um esporte olímpico. O cheerleading ainda não chegou lá.
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