ESPORTE SEMPRE PERDE NESSE PAIS QUE NÃO É SÉRIO
Estamos acompanhando de longe, infelizmente, pois tudo está acontecendo na capital Federal, mas as Entidades diretamente ligadas ao ESPORTE, no País estão se movimentando.
Isso acontece, porque não temos uma POLITICA NACIONAL, o Governo mexe onde quer. E realmente, estamos vivendo um desmando total e como o ESPORTE ainda não é encarado como uma PRIORIDADE no país e as que são estão penando - a burrice é tão grande que querem fortalecer a SEGURANÇA, criando um FUNDO e retiram a verba do ESPORTE que é uma ferramenta indispensável para que o cidadão viva em equilíbrio na SOCIEDADE.
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(CLERY EDITOR)
MP de Temer é fim do Ministério do Esporte, prevêm entidades
Transferência de verba das loterias federais do setor para a segurança pública revolta atletas e organizações, que já sofriam com perda de recursos após os megaeventos
12 jun 2018
19h10
A decisão do presidente Michel Temer de editar, na última
segunda-feira, a Medida Provisória 841, com o objetivo de transferir
parte dos recursos das loterias esportivas para a segurança pública,
caiu como uma bomba e preocupa diversos setores do esporte, tanto de
alto rendimento quanto o escolar, que já sofriam com cortes após os anos
gloriosos dos megaeventos no país. Algumas entidades projetam que o ato
marca o fim do Ministério do Esporte.

Michel Temer empossou Leandro Cruz no Ministério do Esporte, em abril. Pasta terá perda (Foto: Francisco Medeiros)
Foto: LANCE!
O dinheiro das loterias tem sido fundamental para viabilizar as
iniciativas do Comitê Olímpico do Brasil (COB), do Comitê Paralímpico
Brasileiro (CPB), do Ministério e do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC). O
governo afirmou, ao lançar o Fundo Nacional de Segurança Pública, que
projetos sociais seriam mantidos, mas a versão é contestada por
organizações que lidam com o tema.
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"É uma falácia dizer que eles vão tirar uma sobra de dinheiro dos
megaeventos. As secretarias estão perderão R$ 200 milhões. Não é só o
alto rendimento. Se você diminui dessa forma o recurso, inviabiliza
outros setores. Na prática, é como se estivessem acabando com a
pasta", disse Louise Bezerra, diretora da ONG Atletas pelo Brasil, ao
LANCE!
.
O segmento vem se mobilizando contra o texto atual da MP. Até então,
4,5% da arrecadação bruta das loterias eram destinados ao Ministério do
Esporte, que ficava com parte do valor e repassava outra ao Comitê
Brasileiro de Clubes e secretarias estaduais de esporte.
Pela Lei Agnelo Piva, eram repassados 2,7% da arrecadação, dos quais
1,7% ficavam com o COB e 1% com o CPB. Agora, as as entidades terão
graves perdas. A medida, decretada em caráter de urgência, ainda passará
pelo Congresso Nacional.
As perdas para o Ministério do Esporte são estimadas em R$ 350 mil. A
pasta levou cerca de R$ 600 milhões da verba das loterias em 2017. Para o
alto rendimento, os números ainda não são certos, mas diversos projetos
com foco nos Jogos Pan-Americanos de Lima (PER), em 2019, e nos Jogos
Olímpicos de Tóquio (JAP), em 2010, estão ameaçados.
"Estamos falando de verba que iria para ONGs, para a educação. Tem as
competições escolares e universitárias. O esporte todo está nessa
roubada. Tirar esse orçamento do Ministério é fechar a pasta, pois
desmonta o esporte em todos os setores", afirmou a ex-jogadora de vôlei
Ana Moser, presidente do Instituto Esporte & Educação.
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou que a
estimativa é que a pasta receba R$ 800 milhões a mais neste ano com os
repasses de recursos de loterias.
As principais entidades esportivas do país, entre elas o COB e o CBC,
repudiaram a decisão. Elas reclamam que a medida passou por cima da
Comissão do Esporte da Câmara, que vinha debatendo mudanças na
distribuição da verba das loterias. ONGs, clubes e esporte universitário
perderam tudo.
"Nossa visão é de que somos atores não reconhecidos ainda no sistema,
ou somos de uma maneira pouco representativa. É preciso construir um
novo modelo e travemos uma luta. Mas agora o foco é lutar por recursos
para o esporte, independentemente de para quem ele será repassado. Demos
as mãos. Nós, ONGs, o COB, o CBC e outras entidades estamos
mobilizados", falou Ana Moser.
Na segunda-feira, o COB, o CBC e outras entidades já haviam se
manifestado. Elas lembraram que o Brasil já convive com a falta de uma
política esportiva e afirmaram que "a redução prevista na Medida
Provisória do pouco que hoje é investido nos esportes educacional, de
rendimento e de participação, em alguns anos ocasionará um aumento ainda
maior nos já alarmantes índices de violência do país".
Ministro viaja para Europa e afirma: "Esporte ficou para escanteio"
Em meio ao caos para a comunidade esportiva devido aos impactos da MP
821, o ministro do Esporte, Leandro Cruz, cumpriu agenda na Europa nesta
terça-feira. Ao fim do dia, emitiu uma nota criticando a decisão do
presidente.
"O Ministério do Esporte tem plena consciência da crise na segurança
pública que tem afetado a vida dos brasileiros. É muito claro para todos
nós que essa é uma área que merece receber investimentos urgentes e
prioritários do Poder Público. Mas nunca em detrimento do esporte,
sabidamente um forte aliado no combate à violência. Não podemos
concordar com a decisão de retirar recursos como os direcionados aos
clubes formadores de atletas olímpicos e paralímpicos e às entidades que
fomentam o esporte escolar e universitário. Modificar a legislação que
regula a distribuição de verbas das loterias não ajuda a resolver o
problema. É essencial a compreensão de uma união de ações em favor da
segurança, cada setor com suas estratégias. E o esporte é uma ferramenta
poderosa. Queremos continuar dando nossa contribuição, mas, ao
inviabilizar as fontes de financiamento de vários setores esportivos, a
Medida Provisória editada na última segunda-feira coloca o esporte para
escanteio. Ela atinge não só o esporte de alto rendimento, mas
principalmente a prática esportiva como política educacional. Estamos
unidos a toda a comunidade esportiva e faremos tudo para reverter essa
situação. Vamos lutar, junto ao Governo, para modificar a MP durante sua
tramitação no Congresso Nacional e assegurar a manutenção do
financiamento do sistema desportivo brasileiro. O esporte é uma
ferramenta fundamental de desenvolvimento social e não pode ser
prejudicado por uma legislação que joga contra todos os brasileiros",
disse Leandro Cruz.
A pasta informou que ele se encontraria com autoridades de Portugal e
participaria do lançamento do Programa Clube Top, que oferecerá aos
dirigentes de 10 mil clubes portugueses ferramentas de gestão das
estruturas de base. Ele não se pronunciou até a publicação desta
matéria.
Atletas se manifestam
As Comissões de Atletas do vôlei e vôlei de praia emitiram uma carta
aberta pedindo o fim da MP, assinada pelos presidentes e ex-jogadores
André Heller e Emanuel.
"A revogação imediata da Medida Provisória editada é imprescindível,
sob pena de se afetar, em curto espaço de tempo, a formação de atletas
no país, resultando, fatalmente, no fim do Esporte Brasileiro que, como
sabido, representa, inclusive, mecanismo eficaz no combate à violência
social", afirmaram os atletas na carta.
COM A PALAVRA
Louise Bezerra
Diretora executiva da Atletas pelo Brasil
Diretora executiva da Atletas pelo Brasil
Estamos falando do esporte, mas há outras perdas relacionadas ao
direito social, à educação e à cultura com essa medida. É algo que a
gente repudia totalmente. O governo não consultou o setor. Foi feito
competente de cima para baixo, sem nenhuma avaliação de impacto.
O governo tem tomado medidas não em benefício da sociedade, mas
eleitoreiras. Este é um caso muito claro. A Comissão do Esporte da
Câmara estudava um Projeto de Lei que redistribui os recursos da Lei
Agnelo-Piva. Ele vinha sendo debatido por entidades, com participação.
Tudo foi ignorado.
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