Lenda olímpica, Aída dos Santos
participa de debate sobre mulheres no esporte no COB
|
Ao lado da bicampeã olímpica Fabi e
da ONU Mulheres, a única mulher brasileira nos Jogos Olímpicos de Tóquio 64
contou sua história de superação e resistência
|
O Comitê Olímpico do Brasil (COB) abriu suas portas para uma ilustre
visitante nesta segunda-feira, dia 25. Aída dos Santos, única representante
feminina na delegação brasileira dos Jogos Olímpicos de Tóquio 64, participou
de um debate com o tema “Mulheres no Esporte”. Ao lado da bicampeã olímpica
de vôlei, Fabi Alvim, e da gerente de projetos da ONU Mulheres, Carolina
Ferracini, a ex-atleta de 82 anos contou sua história de superação e
resistência de uma época em que as mulheres sofriam bastante preconceito no
esporte. O bate papo mediado pela diretora de Comunicação e Marketing do COB,
Manoela Penna, fez parte da terceira edição do briefing para a imprensa e
formadores de opinião e ainda contou com a presença do vice-presidente da
entidade, Marco La Porta, e colaboradores de diversas áreas da
organização.
Mesmo depois de 55 anos, as lembranças dos Jogos Olímpicos de Tóquio
estão frescas na memória de Aída. Ela detalhou as dificuldades enfrentadas
antes e durante a competição. Sentindo-se sozinha dentro da delegação
nacional, sem técnico, equipamentos adequados para competir e com dificuldade
de comunicação em outro idioma, Aída engoliu o choro para alcançar 1,74m e
terminar a competição na quarta colocação do salto em altura. Nem mesmo uma
torção no pé nas eliminatórias foi capaz de segurar a brasileira. O resultado
de Aída se perpetuou por mais de 30 anos, até Pequim 2008, como o melhor
desempenho individual de uma brasileira na história dos Jogos Olímpicos.
“Ser mulher no esporte era muito difícil. Ainda mais sendo negra e
pobre. Meus pais não entendiam e não queriam que eu praticasse esporte.
Quando ganhei minha primeira medalha, meu pai jogou ela fora porque eu não
trouxe dinheiro para casa. Foi duro, mas insisti”, recordou Aída, que
continua atleta. Atualmente, joga vôlei na seleção máster do Brasil,
modalidade que a filha Valeskinha conquistou a medalha de ouro olímpica em
Pequim 2008.
O evento desta segunda destacou a evolução das mulheres em diversos
segmentos do esporte. Hoje, o COB conta em sua estrutura com 128 mulheres e
108 homens. Nos cargos de liderança, 43,5% são ocupados por mulheres. Além
disso, em parceria com a ONU Mulheres, a entidade elaborou uma Política de
Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Moral e Sexual no esporte. Outro fato a
ser celebrado foi a bem-sucedida missão 100% liderada por mulheres, que
retornou dos Jogos Sul-americanos de Praia Rosário 2019 com 26
medalhas.
“Escutar Aída dos Santos é um privilégio. Quem é apaixonado por
esporte a tem como precursora e grande representante feminina nos Jogos
Olímpicos. Hoje não tem nem como comparar, é um cenário completamente
diferente. A busca por evoluir, por mais mulheres participando, é diária.
Para entender de onde viemos e onde chegamos, devemos toda inspiração e reverência
a atletas como Aída dos Santos”, exaltou Fabi, medalha de ouro em Pequim
2008, atuando ao lado de Waleskinha, e Londres 2012.
|
segunda-feira, 25 de março de 2019
NOSSO SITE A HISTÓRIA OLIMPICA
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário